F, de Antônio Xerxenesky | resenha

capa do livro F pela editora Rocco

F, de Antônio Xerxenesky, é uma celebração da obra de Orson Welles e do cinema em geral. E é uma boa leitura se for lido nesse ângulo. Do contrário, é um romance de personagens e de situações inverossímeis.

A protagonista do livro é Ana, uma assassina de aluguel. Num primeiro momento do livro, ela conta recortes de seu treinamento para ser assassina, de como se transformou numa profissional de primeiro nível no ramo dela. Esses recortes vão até o momento em que aceita o trabalho de assassinar Orson Welles e fazer com que a morte pareça natural.

A trama gira em torno desse trabalho que Ana tem que cumprir. Para executar o crime perfeito, ela precisa assistir os filmes de Welles. Depois, precisa conhecê-lo pessoalmente para descobrir sua rotina e assassiná-lo sem deixar rastros.

Nesse meio-tempo, surgem várias referencias ao cinema do diretor e comentários sobre os filmes que ela assiste. E essa é a parte divertida do livro, porque Ana é uma personagem divertida e os comentários que ela faz são espirituosos. As relações dela com personagens coadjuvantes que aparecem ao longo da história são bem construídas também.

Apesar disso, a história não convence. Em nenhum momento eu comprei a ideia que uma assassina de aluguel escreveria um diário cheio de referências sobre o cinema contando sobre quando recebeu o serviço de assassinar Orson Welles. Nem com toda a boa vontade do mundo essa história é verossímil.

Verdade que as piadinhas de Ana divertem e que algumas situações de fato são divertidos. Entretanto, a história contada personagem não parece minimamente crível. Boa parte do encanto do livro se perde nesse fato.

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